Blog pessoal da Cris Autran

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Homofobia, não! Respeito à diversidade, sim!

O post abaixo foi retirado do Blog do Camasão e expressa muito bem o orgulho que temos de sermos filiados ao Partido Socialismo e Liberdade, um partido onde o respeito à dignidade da pessoa humana, a valorização da diversidade de gêneros, a não discriminação seja de que tipo for, dentre outras, é o grande norteador de nossas ações e condutas.
O que deve envergonhar essa nação são os corruptos das três esferas de governos, os pedófilos, os escravizadores de trabalhadores, os exploradores do trabalho infantil, os 'machos' que espancam as mulheres,  os assassinos da dignidade humana. Esses sim devem ser combatidos e de forma incisiva.
Não à Homofobia! Abaixo qualquer forma de preconceito e discriminação!

18/05/2011


PSOL: dos "  veados"   e com orgulho!

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) saiu com mais uma das suas na manhã desta quarta-feira. Ao comentar o pedido de investigação protocolado na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados feito pelo PSOL, Bolsonaro disparou: "O Psol é um partido de 'pirocas' e de 'veados'". Na cabeça desse ignorante, isso é uma ofensa.
Nós do PSOL, somos sim, o partido dos "veados", ou melhor dizendo, das lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis (LGBTs). Elegemos em 2010 o primeiro deputado federal assumidamente LGBT e defensor das causas dessa população. Fomos o primeiro partido a colocar um beijo gay na propaganda eleitoral. Fazemos a defesa intransigente dos direitos humanos e da dignidade das pessoas. Isso não é motivo de injúria nem de ofensa. Para nós, é um orgulho. Mas somos muito mais do que isso. 
Somos o partido que prega o fim das opressões; da discriminação e da violência contra a mulher, contra os negros e negras, contra os índios, pobres, favelados, deficientes; enfim, todos àqueles que historicamente tem sido excluídos, discriminados, perseguidos e assassinados por regimes políticos intolerantes.
Somos o partido que está na linha de frente contra as mudanças do código florestal, pela auditoria da dívida pública, por uma reforma política que fortaleça a ideologia e enfraqueça o personalismo e o poder econômico; Somos o partido que quer aplicar a PEC do Trabalho Escravo, que pediu a CPI do Tráfico Humano, que quer reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais; Somos o partido que, lá no Rio de Janeiro do deputado Bolsonaro, combatemos às milícias, a corrupção policial, tendo um de nossos deputados, inclusive, jurado de morte por enfrentar os poderosos. 
Isso é o que somos. Já Bolsonaro é uma caricatura dos inquisidores dos séculos passados. Ele, junto à bancada evangélica, promovem um movimento para aglutinar o conservadorismo evangélico, similar à direita estadunidense, que já "premiou" o mundo com Reagan, Bush (pai e filho), Sara Palin, entre outros. 
Durante a inquisição, era comum mandar pessoas canhotas à fogueira, somente por serem diferentes. Não é diferente hoje,e não podemos mais aceitar isso. Nós, do PSOL, estaremos na linha de frente para combater às discriminações, a opressão, a violência, a homofobia, o racismo, o machismo, a exploração econômica. Isso é o que somos, e isso é o que, apesar de pequenos em representatividade parlamentar, nos torna tão fortes. 
(Fonte: Leonel Camasão -  Blog do Camasão)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Saúde Mental



Cidadania - uma casa diferente
Revista do Brasil
Quase 30 anos depois do início da luta pela reforma psiquiátrica, algumas dessas pessoas que passaram grande parte da vida morando em manicômios hoje batalham, em casa, para viver dignamente.
(Por Giedre Moura. Fotos de Gerardo Lazzari)
A residência não é o que se pode chamar de convencional. Ali vivem oito pessoas que passaram boa parte de suas vidas atrás das grades de um manicômio. O vizinho chegou a sugerir a instalação de tapumes para proteger a casa dos olhares externos. Ou seria o contrário, e o vizinho queria mesmo era proteger seu próprio olhar daqueles habitantes malucos. O “não” respondido pela psicóloga Ruth de Amorim Cerejo, coordenadora do serviço de Residências Terapêuticas da cidade de Campinas (SP), veio acompanhado de um questionamento ao morador: “Afinal de contas, o que o senhor não quer ver?”.
A rotina que o incomodado não deseja assistir é aquela que a sociedade brasileira ignorou por décadas, a necessidade urgente de reintegração de pessoas que passaram anos morando em hospitais psiquiátricos e que foram, ao longo da última década, beneficiadas com frutos da luta contra os manicômios do Brasil. Entre outros serviços, foram criadas as residências, casas ocupadas por pessoas que após longos períodos de internação ficaram abandonadas, perderam o contato com a família e agora buscam nessas “repúblicas” assistidas um retorno ao convívio social.
Somente em Campinas, 30 casas abrigam ex-moradores do antigo Hospital Psiquiátrico Doutor Cândido Ferreira, hoje conhecido como Serviço de Saúde Doutor Cândido Ferreira, que conseguiu migrar de um histórico de tratamentos de choque, penúria e relatos de maus-tratos, tão comuns na história dos manicômios brasileiros, e tornar-se uma referência em atendimento à saúde mental pela rede pública. A sede ainda existe, pacientes em crises agudas às vezes retornam à internação, mas não há muros nem grades e sim pátios abertos onde são oferecidas atividades para geração de emprego e renda não só aos ex-moradores do Cândido Ferreira, mas para um grande número de pacientes da rede de saúde mental da cidade.
As 30 casas de Campinas estão entre as 500 Residências Terapêuticas existentes em todo o Brasil, onde vivem 2.600 pessoas, segundo o Ministério da Saúde. O serviço substitutivo aos hospitais psiquiátricos foi regulamentado dentro da política de saúde mental do Brasil, que por meio de portarias de 2000 permitem o repasse de recursos do SUS para a manutenção das casas. Ainda existem no Brasil mais de 40 mil “moradores” em hospitais e pelo menos 15 mil em plenas condições de serem beneficiados pela alternativa das residências. Cada casa pode abrigar até oito moradores. Todas contam com o auxílio de cuidadores, profissionais que ajudam a tomar conta das pessoas, das necessidades domésticas e da rotina.
Portas abertas
O tempo de permanência dos cuidadores dentro da casa depende do grau de autonomia dos moradores. Nos casos em que o comprometimento é elevado, existe o serviço 24 horas, mas na maioria das casas os cuidadores deixam os lares, sob total responsabilidade dos ex-internos de manicômios, a partir das 19h. “Às vezes, acontece alguma coisa, o telefone toca porque alguém ainda não voltou ou por alguma confusão. Mas na maioria das vezes desenvolvem uma boa autonomia, cuidam uns dos outros e o que se busca é justamente isso, uma vida cada vez mais próxima da que as pessoas levam”, diz a coordenadora Ruth Cerejo. Entre as confusões, acontece de os moradores guardarem pratos de comida dentro do armário de roupas, temperar arroz com café, ligar dois rádios ao mesmo tempo em um mesmo quarto.
Na Casa Azul, em Campinas, onde vivem seis mulheres e dois homens, uma das moradoras com maior grau de autonomia recentemente arrumou um trabalho como doméstica. Em Santo André, no ABC paulista, Maria faz o cafezinho da sede da Organização Social de Volta para Casa, que administra as três residências da cidade. “Gosto muito de viver aqui. Do hospital eu não gostava, não”, conta a moradora. As portas ficam sempre abertas e Maria, assim como seus colegas, pode ser vista o tempo todo cruzando as ruas. “A Maria ficou muitos anos no hospital e não falava nada da sua vida. Depois de um tempo em casa nos contou tudo, que teve marido e filhos. Lembrou de toda a sua história, mas não quer encontrá-los. A casa dela hoje é essa aqui”, conta Glaucia Galvão, coordenadora das residências de Santo André.
Todos os moradores das Residências Terapêuticas são assistidos por serviços médicos multidisciplinares, como os oferecidos pelos Centros de Apoio Psicossocial (CAP), entre outros projetos individuais, de participação em programas de alfabetização a atividades de lazer. Ou seja, o tratamento não ocorre dentro das casas, a missão da Residência Terapêutica é ser apenas um lar. “Incentivamos ao máximo o ambiente democrático e a tomada de decisões coletivas. As assembleias ditam as regras de convivência da casa e são utilizadas para debater a comida, o barulho, se vai ter festa, se pode namorar, transar na casa ou não”, explica Décio Castro Alves, coordenador do programa de saúde mental de Santo André. “É um poder que a sociedade tirou dessas pessoas na época dos manicômios e que temos de devolver”, completa Alves.
Sexo e cigarro
Com quase uma década de vida, as Residências Terapêuticas estão mais estruturadas. Existem inúmeros desafios, como a convivência com parte da comunidade avessa à ideia de ter a “loucura” tão perto. Mas se os obstáculos são grandes agora, no início pareciam intransponíveis. Os profissionais recordam o estágio de total abandono em que chegaram os pacientes. Não sabiam comer, conversar e, a exemplo de Maria, muitos haviam apagado suas histórias. A postura era agressiva e a maioria teve de reaprender noções básicas de higiene e convivência.
O consumo descontrolado do cigarro é um dos grandes inconvenientes a contornar. A maioria dos moradores das casas é fumante. “Eles fumam o tempo todo. É um hábito que desenvolveram dentro dos hospitais. Não basta falar que faz mal, tentamos negociar, mas é difícil”, explica Glaucia. Maria, por exemplo, trabalhava na cozinha do hospital onde vivia em troca de cigarro. Qualquer semelhança com o que ocorre dentro dos presídios não é mera coincidência.
Já a prática sexual era feita sem pudor, na frente das pessoas e até como moeda de troca. “Apesar de a maioria dos moradores ter uma idade avançada, muitos ainda estão com a sexualidade ativa. Temos casais que se formaram nas casas, que moram juntos e já ajudamos um deles a ir a um motel. Orientamos com métodos contraceptivos, eles participam de programas e palestras sobre sexualidade”, conta Ruth. A volta de uma dessas palestras foi, no mínimo, pitoresca. A agente de saúde ensinou o uso do preservativo desenrolando-o sobre uma banana. No dia seguinte, todas as bananas de uma das casas de Campinas estavam “protegidas”.
José e Stela se aproximaram a partir da longa convivência nas residências. Namoram há mais de quatro anos, mas não dividem o mesmo quarto. Stela fica na casa da frente com outras mulheres. E José divide uma casa no fundo, repleta de bitucas de cigarro pelo chão, com um outro morador. Stela não gosta muito de falar, é arredia. José, dono de um par de olhos verdes impressionantes, fala pelos cotovelos, mas não sobre o namoro. “Ela é uma boa moça, cuida de mim. Pergunta outra coisa, moça”, ordena.
Para falar de seu passado como filho de ciganos errantes que rodou o país, José não economiza. “A vida era uma aventura, eu viajava muito, muito. Lembro que queria lutar na Guerra das Malvinas. Depois fui ficando com um negócio na cabeça. Fui internado várias vezes, tomei muito choque, remédio, injeção. Não gosto nem de lembrar. Mas agora eu tô aqui. Vou viajar no final do ano, ver minha neta, vou lá pro Sul, mas quer saber? Eu vou e quero voltar, ligo aqui todo dia.” Os custos da viagem são pagos pelo próprio José, que é um dos 3 mil beneficiados pelo programa De Volta para Casa, uma verba de R$ 320 paga pelo governo federal para pessoas que ficaram pelo menos dois anos internadas em hospitais psiquiátricos.
O caso de José, que é próximo da família e passa com ela as festas de final de ano, é raro. A maior parte das histórias dos ex-internos é como a de Rutinha, também de Campinas, que aos 70 anos ainda escreve bilhetes para a mãe pedindo para voltar para casa, a exemplo do que fazia quando chegou garota no hospital. Bilhetes que nunca foram enviados.
A total inaptidão em lidar com crises decorrentes de transtornos psicóticos e neuroses graves levou famílias a abandonar pais e filhos sem muito pudor. São diversos os casos de pessoas que internavam parentes com nome e endereço falsos e muitos até hoje não sabem direito de onde vieram, data de nascimento ou nome verdadeiro. Em Campinas, foi feito um grande mutirão de identificação dos ex-moradores do Cândido, que agora possuem carteira de identidade. Não importa que o nome não seja o original, que a data de nascimento não seja a verdadeira, o que importa é que agora, quando alguém faz aniversário, eles comemoram muito na Casa Azul. Uma festa quase sempre comandada pelo entusiasmo de José. Com barulho, bolo e casas de verdade, sem grades nem tapumes.
Maluco beleza
Quem vê Silvio Burza, de 66 anos, trabalhando na loja Armazém das Oficinas, que vende peças artesanais feitas por participantes das oficinas do Cândido, e no programa de rádio Maluco Beleza, pode não acreditar nas tormentas que ele passou. Foram 14 anos em hospitais psiquiátricos, entre tratamentos e drogas pesadas para “combater” as crises de um transtorno bipolar, nos anos 1980. “Achava que iria viver para sempre em hospital, que não poderia voltar. Hoje trabalho, moro sozinho e os avanços na medicina me permitem controlar o transtorno. Tenho uma vida normal graças às conquistas da reforma psiquiátrica”, afirma Silvio.
Para não esquecer
Nas 24 Residências Terapêuticas de Barbacena (MG) vivem moradores do antigo Hospital Colônia, um dos mais assustadores da história dos manicômios brasileiros, que foi transformado no Museu da Loucura. Totalmente restaurado e adaptado para atividades culturais, suas cinco salas guardam documentos, fotografias, registros sonoros e relíquias, como aparelhos para a realização de eletrochoque e lobotomia, utilizados à exaustão naquele ambiente onde morreram mais de 60 mil pessoas, vítimas de tratamentos agressivos, superlotação e descaso.
No auge do funcionamento, o hospital abrigou cerca de 5 mil pessoas. A maioria entrava para nunca mais sair. Os relatos apontam para comida servida crua e no chão, pessoas dormindo todas juntas, sem cama, convivendo com suas próprias fezes, urina e ratos. Com esse tratamento, não foi difícil chegar ao número de 60 óbitos por semana, mais de 700 por ano.
E as histórias de terror contadas pelo Museu da Loucura não acabam aí. A morte dos internos abastecia de esqueletos e cadáveres faculdades de Medicina de todo o país. Essa história só começou a mudar quando o psiquiatra italiano Franco Basaglia visitou o Hospital Colônia de Barbacena, em 1979, e o comparou aos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial. Foi a pedra fundamental da luta contra os manicômios brasileira, movimento marcado pela defesa dos direitos humanos e da cidadania das pessoas com transtornos mentais. Outro importante fato histórico foi o fechamento, em 1989, da Clínica Anchieta, em Santos (SP), impulsionando de vez a Reforma Psiquiátrica Brasileira.

18 de Maio - Dia da Luta Antimanicomial

(Fonte: http://pontoterapeutico.blogspot.com/2011/05/18-de-maio-dia-da-luta-antimanicomial.html)

2ª Marcha Nacional contra a Homofobia - 2º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia


A Direção da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT, convoca todas as pessoas ativistas de suas 237 organizações afiliadas, assim como organizações e pessoas aliadas, para a 2ª Marcha Nacional contra a Homofobia, vinda de todas as 27 unidades da federação, tendo como destino a cidade de Brasília. No dia 18 de maio de 2010, será realizado o 2º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia, com concentração às 9 Horas, no gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral Metropolitana de Brasília.

Saiba mais, leia o MANIFESTO:

MANIFESTO DA II MARCHA NACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA
PELA APROVAÇÃO IMEDIATA DO PLC 122
“Nada é mais forte que uma ideia cujo tempo chegou”. Vitor Hugo
Igualdade de direitos. Fim da discriminação. Fim da violência. Cidadania plena. Reconhecimento. Respeito. Essas são as nossas reivindicações. Somos milhões de brasileiras e brasileiros, ainda excluídos da democracia e  sem seus direitos garantidos pelas leis do país.
Exigimos a aprovação imediata do PLC 122 que punirá na forma da Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero no âmbito nacional. Exigimos também Leis Estaduais e Municipais de proteção pessoas LGBT contra a discriminação, coerção e violência sofrida por nossa população.
Somos lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), de todos os cantos do país, de todas as profissões, de todos os credos, de todas as raças, de todos os sotaques, de todas as opiniões, de todas as etnias, de todos os gostos e culturas. Mas temos algo em comum. Não usufruímos nossos direitos pelo simples fato de termos orientações sexuais ou identidades de gênero diferentes da norma sexual dominante. Somos milhões de cidadãos/ãs de “segunda classe”  em nosso Brasil.
Faz 22 anos que o Brasil se democratizou e promulgou a “Constituição Cidadã”. Entretanto, em todo esse período, nossa jovem democracia não foi capaz de incorporar a população LGBT. Até hoje não existe sequer uma lei que assegure nossos direitos civis. Não existem leis que nos protejam da violência homofóbica.
A homofobia não é um problema que afeta apenas a população LGBT. Ela diz respeito também ao tipo de sociedade que queremos construir. O Brasil só será um país democrático de fato se incorporar todas as pessoas à cidadania plena, sem nenhum tipo de discriminação. O reconhecimento e o respeito à diversidade e à pluralidade constituem um fundamento da democracia. Enquanto nosso país continuar negando direitos e discriminando lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais não teremos construído uma democracia digna desse nome.
Por essa razão é que a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT, convoca e coordenará todos os/as ativistas de suas 237 ONGs afiliadas e pessoas e organizações aliadas à II MARCHA NACIONAL CONTRA A HOMOFOBIA PELA APROVAÇÃO IMEDIATA DO PLC 122, a ser realizada na cidade de Brasília, em 18 de maio de 2011, com concentração às 9h, na Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral Metropolitana.
O dia 17 de maio é comemorado como o dia internacional contra a homofobia (ódio, agressão, violência, discriminação e até morte de LGBT). A data marca uma vitória histórica do Movimento LGBT internacional. Foi quando a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças. O Decreto Presidencial de 04 de junho de 2010 incluiu o Dia Nacional de Combate à Homofobia no calendário oficial federal.
Vamos a Brasília, novamente, para denunciar a homofobia, o racismo, o machismo e a desigualdade social. Temos assistido nos últimos meses ao recrudescimento da violência homofóbica em todas as Unidades da Federação. Chama a atenção o fato de que muitos dos agressores não pertencem a grupos de extermínio e envolvidos em crimes de  ódio, mas são jovens de classe média, o que demonstra como a homofobia está amplamente difundida em toda a sociedade.
O Brasil é um país plural e diverso, que respeita todos os credos e religiões, contudo nosso Estado é laico – separamos a religião da esfera pública, isso está garantido constitucionalmente. O movimento LGBT defende a mais ampla liberdade religiosa. Respeitamos todos os credos e opiniões, mas, entendemos que crenças religiosas pertencem à esfera privada - individual ou comunitária. Religião é uma escolha, a cidadania não! A Cidadania é um direito fundamental!
Não aceitamos que argumentos de religiosos homofóbicos sejam usados como justificativas para o preconceito e negação de direitos aos LGBT. É preciso assegurar a laicidade do Estado e garantir o respeito à diversidade.
A II Marcha Nacional Contra a Homofobia é, portanto, um grito, um protesto, uma exigência para a aprovação imediata ao PLC 122, um manifesto de respeito aos direitos individuais e coletivos.
Queremos igualdade de direitos e políticas públicas de combate à homofobia. Reivindicamos que o Estado brasileiro, de conjunto (ou seja, os três poderes), e em todas as esferas da federação (União, Estado e Municípios) incorporem a diretriz de combater a homofobia e promover a cidadania plena para a população LGBT.
Reivindicamos que:
o Congresso Nacional aprove a criminalização da homofobia (PLC 122), a união estável / casamento civil; a alteração do prenome das pessoas transexuais, o reconhecimento do nome social das travestis;
o Estado laico seja assegurado, sem interferência de religiosos homofóbicos;
o Governo Federal acelere a implementação do Plano Nacional de Promoção dos Direitos Humanos e Cidadania de LGBT, garantindo recursos orçamentários e o necessário controle social na sua execução, promovendo a diminuição da homofobia;
todos os governos estaduais e municipais instituam : coordenadorias LGBT, Conselhos LGBT e Planos de Combate à Homofobia;
o Judiciário, em todos os níveis, faça valer a igualdade plena entre todas as pessoas, independente de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero;
o Superior Tribunal de Justiça reconheça como entidades familiares as uniões entre pessoas do mesmo sexo;
o Supremo Tribunal Federal julgue favoravelmente às Ações que pleiteiam a união estável / casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e o direito das pessoas transexuais alterarem seu prenome;

as instituições nacionais ou locais de saúde pública estabeleçam ou fortaleçam regulamentações que retirem dos sistemas de saúde público ou privado as pessoas que pratiquem ou promovam práticas de cura da homossexualidade;

os  governos municipais, estaduais e  federal acelerem a implementação  dos Planos Nacionais de Enfrentamento da AIDS para gays e outros HSH, Travestis, Lésbicas e Transexuais, garantindo recursos orçamentários e o necessário controle social na sua execução, promovendo a diminuição da  infecção  do  HIV   em nossa   comunidade;
sejam tomadas medidas concretas pelas autoridades competentes para diminuir os casos de assassinato e violência contra as pessoas LGBT. 
Março de 2011
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

Assinam também este manifesto: 
Associação de Homossexuais do Acre - Rio Branco - AC
Sohmos Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de Arapiraca - AL
Grupo de Gays, Lésbicas da Cidade de Delmiro Gouveia – GLAD - Delmiro Gouveia - AL
Afinidades – GLSTAL – Maceió - AL
Associação de Homossexuais de Complexo Benedito Bentes – AHCBB – Maceió - AL
Associação de Jovens GLBTs de Alagoas – ARTJOVEM – Maceió - AL
Filhos do Axé – Maceió - AL
Grupo Gay de Alagoas – Maceió - AL
Pró-Vida – LGBT – Maceió - AL
Grupo Enfrentar – Viçosa - AL
Grupo Ghata -  Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá – Macapá - AP
MGLTM - Movimento de Gays, Lésbicas e Transgêneros de Manacapuru  - AM
Associação Amazonense de GLT – Manaus - AM
Associação das Travestis do Amazonas – ATRAAM – Manaus - AM
Associação Homossexual do Estado do Amazonas – Manaus - AM
Associação Orquídeas GLBT – Manaus - AM
Organização Homossexual Geral de Alagoinhas – OHGA – Alagoinhas - BA
Grupo Gay de Camaçari – Camaçari - BA
Fund e Assoc de Ação Social e DH GLBT de Canavieiras e Região – Canavieiras - BA
Grupo Gay de Dias D'Ávila - BA
Grupo Liberdade, Igualdade e Cidadania Homossexual – GLICH - Feira de Santana - BA
Transfêmea - Feira de Santana - BA
Eros – Grupo de Apoio e Luta pela Livre Orientação Sexual do Sul da Bahia – Ilhéus - BA
Grupo Humanus – Itabuna - BA
Grupo Gay de Lauro de Freitas - Lauro de Freitas - BA
Associação da Parada do Orgulho LGBT de Mata de São João – GRITTE - Mata de São João - BA
Movimento de Articulação Homossexual de Paulo Afonso - Paulo Afonso - BA
Grupo Fênix - Movimento em Defesa da Cidadania LGBT de Pojuca - BA
Associação Beco das Cores - Educação, Cultura e Cidadania LGBT (ABC-LGBT) – Salvador - BA
Associação das Travestis de Salvador – ATRÁS – Salvador - BA
Associação de Defesa e Proteção dos Direitos de Homossexuais - PRO HOMO – Salvador - BA
Grupo Gay da Bahia – Salvador - BA
Grupo Homossexual da Periferia – Salvador - BA
Grupo Licoria Ilione – Salvador - BA
Quimbanda Dudu – Salvador - BA
Grupo de Resistência Flor de Mandacaru – Caucaia - CE
Associação de Travestis do Ceará – ATRAC – Fortaleza - CE
Grupo de Resistência Asa Branca – GRAB – Fortaleza - CE
Movimento Arco-Iris da Sociedade Horizontina – MAISH – Horizonte - CE
Grupo de Amor e Prevenção pela Vida - GAP - Pela Vida – Maracanaú - CE
Ações Cidadãs em Orientação Sexual – Brasília - DF
Estruturação – Grupo d Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Trans de Brasília - DF
ELOS - Grupo de Lésbicas, Gays, Travestis e Trans. do Dist. Federal e Entorno – Sobradinho - DF
GOLD - Grupo Ogulho Liberdade e Dignidade – Colatina - ES
Associação Gabrielense de Apoio à Homossexualidade – AGAH - São Gabriel da Palha - ES
Associação das Travestis do Espírito Santo – ASTRAES - São Mateus - ES
AGTLA - Associação de Gays, Transgêneros e Lésbicas de Anápolis – Anápolis - GO
Sociedade Oasis – Anápolis - GO
AGLST-RAQ - Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros da Região Águas Quentes - Caldas Novas - GO
Associação Desportiva de Gays, Lésbicas, Travestis e Transgêneros de Goiás – Goiânia - GO
Associação Goiana de Gays, Lésbicas e Transgêneros – AGLT – Goiânia - GO
Associação Ipê Rosa –Goiânia - GO
ASTRAL-GO – Goiânia - GO
Fórum de Transexuais do Goiás – Goiânia - GO
Grupo Eles por Eles – Goiânia - GO
Grupo Lésbico de Goiás – Goiânia - GO
Grupo Oxumaré- Direitos Humanos Negritude e Homossexualidade – Goiânia - GO
Associação Jataiense de Direitos Humanos - Nova Mente – Jataí - GO
Grupo Flor de Bacaba – Bacabal - MA
Associação Gay de Imperatriz e Região – Imperatriz - MA
GAPDST - Grupo de Apoio e Prevenção – Imperatriz - MA
Grupo Passo Livre - Paço do Lumiar - MA
Grupo Solidário Lilás - São José de Ribamar - MA
Grupo Expressão - São Luis - MA
Grupo Gayvota - São Luis - MA
Grupo Lema - São Luis - MA
Organização dos Direito e Cidadania de Homossexuais do Estado do Maranhão - São Luis - MA
Associação de Gays, Lésbicas e Travestis de Cáceres – Cáceres - MT
GRADELOS - Grupo Afro-descendente de Livre Orientação Sexual – Cuiabá - MT
Grupo Livre-Mente – Cuiabá - MT
LIBLES - Associação de Direitos Humanos e Sexualidade Liberdade Lésbica – Cuiabá - MT
Associação GLS- Vida Ativa – Rondonópolis - MT
Associação das Travestis do Mato Grosso – ASTRAMT - Várzea Grande - MT
Associação das Travestis e Transexuais do Mato Grosso do Sul - Campo Grande - MS
Grupo Iguais - Campo Grande - MS
Movimento de Emancipação Sexual, Cidadania, Liberdade e Ativismo do MS - Campo Grande  - MS
Movimento Gay e Alfenas e Região Sul de Minas – Alfenas - MG
Movimento Gay de Barbacena – MGB – Barbacena - MG
ALEM - Associação Lésbica de Minas - Belo Horizonte - MG
Associação de Transexuais e Travestis de Belo Horizonte – ASSTRAV - Belo Horizonte - MG
Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual – CELLOS - Belo Horizonte - MG
Instituto Horizontes da Paz - Belo Horizonte - MG
Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Contagem- CELLOS – Contagem - MG
MGD - Movimento Gay de Divinópolis – Divinópolis - MG
MGS - Movimento Gay e Simpatizantes do Vale do Aço – Ipatinga - MG
GALDIUM - Grupo de Apoio Luta e Defesa dos Interesses das Minorias – Itaúna - MG
MGM - Movimento Gay de Minas - Juiz de Fora - MG
MGG - Movimento Gay dos Gerais - Montes Claros - MG
Movimento Gay de Nanuque – MGN – Nanuque - MG
Movimento Gay da Região das Vertentes – MGRV - São João Del Rei - MG
Shama - Associação Homossexual de Ajuda Mútua – Uberlândia - MG
Libertos Comunicação - Belo Horizonte - MG
APOLO - Grupo Pela Livre Orientação Sexual – Belém - PA
Cidadania, Orgulho e Respeito – COR – Belém - PA
Grupo Homossexual do Pará – Belém - PA
Movimento Homossexual de Belém – Belém - PA
Associação dos Homossexuais de Campina Grande, Estado da Paraíba - AHCG/PB - Campina Grande - PB
Gayrreiros do Vale do Paraíba – GVP – Itabaiana - PB
Associação das Travestis da Paraíba – ASTRAPA - João Pessoa - PB
Movimento do Espírito Lilás – MEL - João Pessoa - PB
Grupo Expressões - direitos humanos, cultura e cidadania – Cascavel - PR
Associação Paranaense da Parada da Diversidade – APPAD – Curitiba - PR
Dom da Terra – Curitiba - PR
Grupo Dignidade – Curitiba - PR
Grupo Esperança – Curitiba - PR
Inpar 28 de Junho- Instituto Paranaense 28 de Junho – Curitiba - PR
Transgrupo Marcela Prado – Curitiba - PR
Grupo Renascer - Ponta Grossa - PR
Grupo União pela Vida – Umuarama - PR
TABIRAH - Associação de Homossexuais, Lésbicas, Travestis... – Tabira - PE
Grupo Homossexual do Cabo - Cabo Santo Agostinho - PE
Articulação e Movimento Homossexual de Recife – AMHOR – Jaboatão - PE
SHUDO - Associação de Articulação de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos – Olinda - PE
Grupo Gay de Pernambuco – Recife - PE
Movimento Gay Leões do Norte – Recife - PE
Satyricon- Grupo de Apoio e Defesa da Orientação Sexual – Recife - PE
Atos de Cidadania - São Lourenço da Mata - PE
Grupo Unificado de Apoio à Diversidade Sexual de Parnaíba – O GUARÁ – Parnaíba - PI
Associação de Travestis do Piauí – ATRAPI – Teresina - PI
Grupo Triângulo Rosa - Belford Roxo - RJ
Grupo Cabo Free de Conscientização Homossexual - Cabo Frio - RJ
Grupo Iguais - Conscientização Contra o Preconceito - Cabo Frio - RJ
Grupo Esperança - Campos dos Goytacazes - RJ
Grupo Pluralidade e Diversidade - Duque de Caxias - RJ
ONG Movimento da Diversidade Sexual – Macaé - RJ
Associação de Gays e Amigos de Nova Iguaçu – AGANI – Mesquita - RJ
Grupo Atividade EN'atividade – GAEN – Natividade - RJ
GDN - Grupo Diversidade Niterói – Niterói - RJ
Grupo Sete Cores – Niterói - RJ
Amores- Organização Não Governamental de Apoio à Diversidade Sexual - Nova Friburgo - RJ
Grupo 28 de Junho- pela Cidadania Homossexual - Nova Iguaçu - RJ
ATOBÁ- Movimento de Afirmação Homossexual - Rio de Janeiro - RJ
CHARLATHS - Rio de Janeiro - RJ
Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual - Rio de Janeiro - RJ
Instituto Arco-Íris de Direitos Humanos e Combate à Homofobia - Rio de Janeiro - RJ
Movimento D´ELLAS - Rio de Janeiro - RJ
Turma OK - Rio de Janeiro - RJ
Cidadania Gay - Sao Gonçalo - RJ
Associação das Travestis do Rio Grande do Norte – ASTRARN – Natal - RN
Grupo de Afirmação Homossexual Potiguar – GAHP – Natal - RN
Grupo Habeas Corpus Potiguar – Natal - RN
Grupo Igualdade de Guaíba – Guaíba - RS
Igualdade - Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul - Porto Alegre - RS
Outra Visão – Grupo GLTB - Porto Alegre - RS
Somos - Comunicação, Saúde e Sexualidade - Porto Alegre - RS
Grupo Igualdade de Tramandaí – Tramandaí - RS
GAYRO - Grupo Arco-Íris de Rondônia – Cacoal - RO
GGR - Grupo Gay de Rondônia - Porto Velho - RO
Tucuxi- Núcleo de Promoção da Livre Orientação Sexual - Porto Velho - RO
Grupo Beija-flor Organização em Defesa da Livre Orientação e Expressão Sexual – Vilhena - RO
Associação Roraimense Pela Diverrsidade Sexual - Boa Vista - RR
ADEH-Nostro Mundo – Florianópolis - SC
Associação Arco-Iris – Joinville - SC
GATA - Associação de Transgêneros da Amurel Tubarão - SC
Identidade - Grupo de Luta pela Diversidade Sexual – Campinas - SP
Grupo Gay de Guarujá – Guarujá - SP
Lésbicas Organizadas da Baixada Santista – LOBAS – Guarujá - SP
ONG Reintegrando Vidas – REVIDA – Jacareí - SP
CASVI - Centro de Apoio e  Solidariedade à Vida – Piracicaba - SP
Grupo Rosa Vermelha - Ribeirão Preto - SP
Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual - ABCD'S - Santo André - SP
Lésbicas e Gays do Litoral – LEGAL – Santos - SP
ONG Visibilidade LGBT - São Carlos - SP
Associação de Populações Vulneráveis – APV - São José do Rio Preto - SP
Associação Rio-Pretense de Travestis, Transexuais e Simpatizantes - ARTT'S - São José do Rio Preto - SP
Grupo de Amparo ao Doente de Aids – GADA - São José do Rio Preto - SP
Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - São Paulo - SP
Associação de Pessoas GLSBT – Ser Humano - São Paulo - SP
CFL - Coletivo de Feministas Lésbicas - São Paulo - SP
Instituto Edson Néris - São Paulo - SP
CORSA - Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade, Amor - São Paulo - SP
Associação Vida Esperança - São Vicente - SP
Associação de Defesa Homossexual de Sergipe – ADHONS – Aracajú - SE
ASTRA – Direitos Humanos e Cidadania GLTB – Aracajú - SE
Unidas de Travestis – Aracajú - SE
Associação Grupo Ipê Amarelo pela Livre Orientação Sexual – GIAMA – Palmas - TO
Categoria: Organizações Colaboradoras
GAAC- Grupo Anti-aids de Camaçari – Camaçari - BA
Centro Anti-aids de Feira de Santana - Feira de Santana - BA
Associação dos Moradores do Pontal – AMOP – Ilhéus - BA
Centro Baiano Anti-Aids – Salvador - BA
Centro de Cidadania Sexual do GAPA-BA – Salvador - BA
Grupo Palavra de Mulher Lésbica – Salvador - BA
Associação das Prostitutas do Ceará – Fortaleza - CE
Rede Solidariedade Positiva – CE
Campanha Nacional pelo Fim da Exploração, violência e turismo sexual contra crianças – Brasília - DF
Sociedade Oásis – Anápolis - GO
Grupo Amor e Vida – Ceres - GO
Associação de Negros do Estado de Goiás – Goiânia - GO
Centro de Valorização da Mulher – Goiânia - GO
Comunidade Asha – Goiânia - GO
GOS - Grupo de Orientação ao Soropositivo HIV+ - Goiânia - GO
Centro de Protagonismo Juvenil - Campo Grande - MS
Grupo Assistencial Experiência e Vida Ivandro Reis de Matos – GAE-Vida - Três Lagoas - MS
GAPA-PA - Grupo de Apoio à prevenção à Aids do Pará – Belém - PA
Associação de Luta  pela Vida – PR
Grupo Semente da Vida – Colombo - PR
CEPAC - Centro Paranaense da Cidadania – Curitiba - PR
Rede Solidariedade – Curitiba - PR
RNP+ Curitiba e Região Metropolitana – Curitiba - PR
Núcleo de Ação Solidária à Aids – NASA - Foz do Iguaçu - PR
Voz pela Vida – Maringá - PR
ABDS- Associação Afro-Brasileira de Desenvolvimento Social - São José dos Pinhais - PR
GRUVCAP- Grupo de Voluntário de Cajueiro da Praia - Cajueiro da Praia - PI
Assistência Filantrópica a Aids de Araruana – AFADA – Araruana - RJ
Associação Irmãos da Solidariedade – Campos - RJ
Associação Viver – Itaperuna - RJ
Grupo Pela Vidda Niterói – Niterói - RJ
Movimento Acorda Cabuçu - Nova Iguaçu - RJ
AMOLP - Rio de Janeiro - RJ
GCC- Grupo de Convivência Cristã - Rio de Janeiro - RJ
Grupo Água Viva de Prevenção à Aids - Rio de Janeiro - RJ
Grupo de Mulheres Felipa de Sousa - Rio de Janeiro - RJ
Grupo Pela Vidda/ RJ - Rio de Janeiro - RJ
Programa Integrado de Marginalidade – PIM - Rio de Janeiro - RJ
RNP+ Núcleo - Rio de Janeiro - RJ
STVBrasil - Sociedade Terra Viva – Natal - RN
Grupo Esperança – Alegrete - RS
FAPA- Frente de Apoio e Prevenção da Aids - Caxias do Sul - RS
APROSVI- Associação dos Profissionais do sexo do Vale do Itajaí - Balneário Camboriu - SC
Instituto Arco-Íris – Florianópolis - SC
GAIVP – Grupo de Apoio e Incentivo à Vida Positiva - Campo Limpo Paulista - SP
GASA- Grupo Ap. Sol. Paciente com AIDS – Catanduva - SP
Centro de Convivência Joanna d'Arc – Guarujá - SP
Grupo de Apoio Amor à Vida - São Bernardo do Campo - SP
APRENDA- Associação Paulista de Redutores de Danos - São José do Rio Preto - SP
GADA - Grupo de Amparo ao Doente de Aids - São José do Rio Preto - SP
Grupo de Amparo ao Doente de Aids – GADA - São José do Rio Preto - SP
GAPA SJC –  Grupo de Apoio à prevenção à Aids- São José dos Campos - SP
APTA - Associação para Prevenção e Tratamento da Aids - São Paulo - SP
Associação Civil Anima - São Paulo - SP
Associação de Incentivo à Educação e à Saúde de São Paulo – AIESSP - São Paulo- SP
Grupo Prisma - São Paulo - SP
Articulação Nacional das Travestis e Transexuais - ANTRA
Articulação Brasileira de Lésbicas - ABL
E-Jovem
ABRAGAY - Associação Brasileira de Gays 

GPH - Associação Brasileira de Pais e Mães de Homossexuais

18 de Maio - Dia da Luta Antimanicomial

Movimento antimanicomial

O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais. O termo costuma ser usado de modo generalizante e pouco preciso.

O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração no calendário nacional brasileiro. Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo.

Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema Unico de Saúde - (SUS); está ligado também à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60.

Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Segundo os estudos do Dr.Paulo Amarante, coordenador do livro Loucos Pela Vida: a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil [1], a reforma psiquiátrica é um processo complexo [2], pode-se registrar como evento inaugural, desse movimento, a crise institucional vivida pela Divisão de Saúde Mental do Ministério da Saúde,(DINSAM) na década de setenta.

Política pública de saúde mental é um processo político e social complexo, composto de participantes, instituições e forças de diferentes origens que acontece em diversos territórios. É um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da política avança, passando por tensões, conflitos e desafios. [3]

Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada onde, as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas, nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público.

Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, logo após surgirem outras instituições como hospícios e casas de saúde. Somente agora no final do século XX é que a militância por serviços humanizados consegui às primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os CAPS .

Foi em 2001 que a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.

(Referências: AMARANTE, Paulo. Loucos Pela Vida: a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil;Textos da Mostara em Saúde Mental da UFES; RESENDE,Heitor. Cidadania e Loucura: Políticas de Saúde Mental no Brasil. 7. Ed. Petrópolis: Vozes, 2001.)

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carta ao Bolsonaro - Vá tomar tacacá

POR JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE (*)

Quando o finado Waldick Soriano entrava no centro de lazer ‘Lá Hoje’, em Manaus, cantando o bolero A Carta, as meninas iam ao delírio, especialmente com a frase final: “Espero que um dia / tudo se combine / e a quem ama não seja negado / o direito de ser amado”. Ele dava uma paradinha em “ser” e esgoleava: “aaaaamado”. Esse modelo epistolar do cantor baiano inspirou a forma e o conteúdo da carta abaixo enviada ao deputado Bolsonaro (PP- vixe, vixe!). Ai vai.

Manaus, 15 de maio de 2011

Excelentíssimo Sr. Deputado Jair Messias Bolsonaro

Saudações. Escrevo essa carta, mas não repare os senões, para dizer o que senti na última quinta-feira, quando vi sua imagem na TV, atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Ela concedia entrevista sobre o projeto de lei que tipifica como crime a homofobia. V. Ex.ª , muito enxerido, interrompeu-a com um panfleto antigay, promovendo o maior arranca-rabo com a senadora Marinor Brito (PSOL-PA). Sua truculência, deputado, me faz lembrar o Nego Valdir, da Rua das Flores, no Bairro de Aparecida.

Nem seu Anquises nem dona Almerinda entendiam porque Valdir, o filho caçula, odiava tanto os homossexuais. É verdade que, na década de 1950-60, quase todo mundo era preconceituoso, os moleques riam, debochavam, faziam piadinha, mas ninguém era tão fervorosamente e tão visceralmente virulento como o Valdir. Quando ele via um cara mais delicado, um fiu-fiu, sentava logo a porrada, proclamando sua própria macheza aos quatro ventos. Parece que bater em gays o tornava mais macho.

Era um ódio doentio. Um dia, num banho coletivo de igarapé, sem mais nem menos, Valdir quase mata afogado no bosteiro de São Vicente o Heraldinho Bebê, suspeito de ‘correr na floresta’, segundo as más línguas. O que é que Valdir perdia ou deixava de ganhar com a existência de mariquinhas? Nada. Em que o fato de alguém desmunhecar prejudicava a vida dele? Em nada. Então, por que tanta violência? Mistério. O certo é que o Nego Valdir, durante algum tempo, foi uma espécie de Bolsonaro amazonense, aterrorizando qualquer um que fosse suspeito de ‘carregar bandeja’.

Deputado Bolsonaro, V. Ex.ª, em entrevista no ano passado, deu a receita para acabar com as bichas, preconizando surras: “O filho começa a ficar assim meio gayzinho leva um coro, ele muda o comportamento dele. Tem muita gente que diz: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem”. V. Ex.ª acha que o homossexualismo é uma doença que se cura com porrada. Não sei se V. Ex.ª apanhou muito, se está falando por experiência própria. Mas esse era também o pensamento do Valdir, sua alma gêmea. Macho pacas!

A raiva descabida do Nego Valdir contra os homossexuais, como a sua, deputado, também foi transferida, muitas vezes, para as mulheres. V. Ex.ª já agrediu várias delas em público. O seu discurso, contraditoriamente, exalta sempre a própria masculinidade. Na briga com a senadora paraense Marinor, V. Ex.ª declarou aos berros:

- Já que está dificil ter macho por aí, eu estou me apresentando como macho. Ela (Marinor) deu azar duas vezes: uma, que sou casado, e outra, que ela não me interessa. É muito ruim. Não me interessa.

Pois é, com idêntica fúria proclamando macheza, o Nego Valdir também dizia que mulheres não o interessavam. Com unhas afiadas como navalha, Valdir arranhou um dia as costas de uma das paraibanas, filha do seu Walter Cordeiro, e ainda ameaçou dar porrada na minha irmã Tequinha, quando ela protestou. Taí a Tequinha que não me deixa mentir.

V. Ex.ª insinuou razões estéticas para justificar a falta de interesse na senadora Marinor. Será? E a atual ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS), inteligente e sensível, de beleza unanimemente estonteante? Em vez de lhe dar merecidos carinhos, V. Ex.ª discutiu com ela, em novembro de 2003, diante das câmaras de televisão, chamou-a de “vagabunda”, empurrou-a e ameaçou esbofeteá-la. Macho pacas! Como o Valdir, sua alma gêmea.

V. Ex.ª não sabe lidar com o sexo feminino, da mesma forma que não sabe conviver com homossexuais. Por isso, tantas bravatas, gritos e ameaças. Pai de quatro filhos homens, se tivesse tido pelo menos uma única filha ou um filho declaradamente gay, poderia, talvez, ser educado por eles, que certamente estariam cantarolando em casa a música do Pepeu Gomes: “Olhei tudo que aprendi / e um belo dia eu vi / Uh! Uh! Uh! / que ser um homem feminino / não fere o meu lado masculino / Se Deus é menina e menino / Sou masculino e feminino”.

Quando não tem um gay ou uma mulher por perto, o objeto de sua agressão pode ser qualquer um, desde que seja frágil. Serve negro, como Preta Gil, ou índia como Joênia Wapaixana. Num pronunciamento em audiência na Câmara dos Deputados sobre a demarcação da terra indígena Raposa/Serra do Sol, V. Ex.ª declarou que os índios eram todos “fedorentos e não educados, não falantes de nossa língua” e, por isso, não tinham direito à terra. “O índio devia comer capim para voltar às suas origens”.

Na ocasião, V. Ex.ª interrompeu o debate, adiando a decisão sobre uma questão vital para o Brasil. A advogada Joênia Wapichana respondeu à agressão descabida, dizendo: “Temos cheiro de terra, porque da terra é que vivemos”. O sateré-mawé Jecinaldo Barbosa perdeu a paciência e fez o que quase todo o Brasil gostaria de fazer: jogou um copo de água na cara de V. Ex.ª.

V. Ex.ª não gosta de gays, de mulheres, de indios, nem do debate. Faz um discurso que seria apenas burro, ‘folclórico’ e ‘troglodita’ se não incitasse à violência e ao crime. O antropólogo da UFBA, Luiz Mott, registrou 205 assassinatos de gays no Brasil de janeiro a novembro de 2010. De onde vem tanto ódio e tanta intolerância com a diversidade e a diferença? O seu, eu não sei. Mas o seu Anquises e dona Almerida descobriram que o do Valdir, sua alma gêmea, era pura inveja. Olhe só o que aconteceu, deputado.

Aos 15 anos, Valdir, o terror dos gays de Aparecida, resolveu escancarar, assumindo corajosamente a sua homossexualidade e aí sim, foi macho pacas. Saiu do armário. Adotou o nome de Katya Cylene, assim com dois ipisilones. Pintou as unhas com cores berrantes, vestiu roupas com toques femininos, calçou sapato alto e se tornou uma pessoa adorável, tolerante e alegre. Deixou de agredir mulheres e gays.

Todas as tardes, Valdyr Katya Sylene, com tres ipisilones, comparecia à banca de tacacá da dona Alvina, levando de casa sua própria cuia personalizada, uma peça artística de Santarém, feita pelas índias de Monte Alegre, toda bordada, onde aparecia a imagem de uma iara poderosa saindo das águas de um lago amazônico, com a cara da Charufe Nasser, a sultana dos seringais.

Um dia, senhor deputado, em 2006, caminhando pelas ruas de Quito, Equador, para onde fui participar de um evento, vi uma pichação com letras garrafais num muro próximo à Praça de Armas, que me enterneceu: “Hetero de costumbre, gay de corazón”. É isso aí, deputado, Vossa Excelência não corre qualquer “perigo”, pode ser gay apenas de coração, se humanizando, e convivendo com quem é diferente. Mas se quiser seguir o exemplo de sua alma gêmea, nós, que somos gay de coração, damos o maior apoio a V. Ex.ª, não deixaremos ninguém espancá-lo.

Deputado, seja mais Messias e menos Bolsonaro. Vá tomar tacacá, deputado. Se precisar, Manaus te oferece uma cuia bordada com florzinhas e toda sua solidariedade

Amos. Atos. Obros.

Taquiprati.

O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).

(fonte:  pontodepauta)