Blog pessoal da Cris Autran

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

RECICLAGEM DA VIDA

Não sei se a vida se recicla. 
Não, talvez não. 
Mesmo se após um tempo de reflexão 
decidimos mudar nossa vida, 
seremos sempre nós mesmos no fim. 
Mudados, mas nós. 
Com todas as marcas e cicatrizes para que 
não nos esqueçamos do que fomos. 
Sabemos que jamais poderemos recolar 
os pedaços das coisas vividas e construir novas. 
Colchas de retalhos são muito bonitas, 
mas não passam de colchas de retalhos. 
Remenda-se panos, 
recola-se papel ou vidro, 
mas não se remenda vidas, 
não se recola momentos passados,
coisas que deixamos pra trás. 
Recomeçar? 
Sim. 
Recomeçar é possível, 
mesmo (e felizmente!) se já não somos os mesmos. 
Aprendemos, à custa de dor, mas aprendemos. 
Não cometeremos duas vezes os mesmos erros, 
não beberemos a mesma água. 
Durante anos vivemos como se não tivéssemos outras alternativas. 
A vida é assim... é o destino. 
Mas nosso destino, nós fazemos. 
Nossas prioridades, escolhemos 
e aprendemos a viver com elas. 
E só depois, mais tarde, é que nos questionamos 
sobre o fundamento das nossas escolhas. 
Há pessoas que acham que é tarde demais para mudar 
e continuam na mesma linha, 
mesmo se conscientes de que 
talvez esse não tenha sido o melhor caminho. 
Homens e mulheres que se mataram a vida toda 
para ganhar dinheiro, 
terminam muitas vezes a vida sozinhos, 
cheios de dinheiro, vazios de amor. 
E felizes há aqueles que descobrem 
que ainda é tempo para fazer alguma coisa. 
E que podem redefinir as próprias prioridades 
e assumi-las. 
Vai doer, mas vai valer a pena, 
porque no fim das contas 
vamos ter a consciência tranqüila de que tentamos. 
Um dos piores sentimentos que existem 
é o de não poder recapturar um momento 
que gostaríamos que tivesse sido diferente. 
O eu de hoje não teria feito isso ou aquilo, 
mas o que eu era ontem não sabia o que sei agora. 
Se soubesse, teria cometido menos erros. 
Mas temos um Deus tão bom e tão grande que 
Ele está sempre nos oferecendo a oportunidade de nos redimir 
e fazer novas escolhas. 
E agora? 
Agora sabemos. 
Não vamos pegar atalhos. 
Eles podem ser atraentes, 
mas nos impedirão talvez de aproveitar as belezas da jornada. 
O caminho da vida é bonito, 
apesar de ser mais difícil para uns que para outros. 
Mas é bonito se soubermos tirar o máximo do que é bom. 
Noites escuras podem nos fazer ver mais claramente as estrelas. 
Só veremos o nascer do sol se acordarmos cedo. 
Coisas simples que a natureza nos ensina. 
Reciclagem de vida? 
Talvez sim. 
Talvez sejamos, no fim das contas, 
uma colcha de retalhos da vida. 
Mas que sejamos então uma bela colcha nova enfeitando um quarto, um coração, 
talvez mesmo muitos corações e muitas vidas, 
a começar por nós mesmos.
(Letícia Thompson)
 
 Fonte: Internet

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