Blog pessoal da Cris Autran

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Diário de um cinquentão na academia

Acabei de completar 56 anos. Minha mulher me presenteou com uma semana de treinamento físico em uma boa academia.
Estou em excelente forma mas achei boa idéia diminuir minha "  barriguinha".  
Fiz reserva  com a " personal trainner"   Nádia, instrutora de Aeróbica e modelo  de  26 anos.
Foi me recomendado levar um diário para documentar meu progresso, que vai transcrito a seguir:
Segunda:
Com muita dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a  pena. Nádia parecia uma deusa grega: ruiva, olhos azuis, grande sorriso, lábios carnudos e corpo escultural.
Inicialmente, Nádia  me  fez um tour, mostrando os aparelhos. Comecei pela bicicleta. Ela  me tomou o pulso, depois de 5 minutos, e se alarmou, pois estava  muito  acelerado. Não era a bicicleta mas ela, vestida com uma malha de  lycra coladinha. Desfrutei do exercício. Ela me motiva muito, apesar da dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela passava  perto de mim.
Terça:
Tomei café e fui para a academia. Nádia estava mais linda que nunca. Comecei a levantar uma barra de metal. Depois se atreveu a por  pesos!!! Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui completar  UM QUILÔMETRO. O sorriso arrebatador que Nádia deu me convenceu de  que todo exercício valeu a pena... era uma nova vida para mim.
Quarta:  
A única forma como consegui escovar os dentes, foi colocando a  escova  sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Dirigir também não  foi  fácil: estender os braço para mudar as marchas era um esforço  digno  de Hércules, doía o peito e minhas panturrilhas ardiam toda vez que  pisava na embreagem. Fisicamente impossibilitado, estacionei meu  carro na vaga para deficientes físicos, até porque, saí mancando... Nádia  estava com a voz um pouco aguda a essas horas da manhã e quando  gritava me incomodava muito.
Meu corpo doeu inteiro quando ela me  colocou uma cinta para  fazer escalada.  Para que merda alguém  inventa  um treco para  se escalar quando isso já está obsoleto com os elevadores?
Nádia  me  disse que isso me ajudaria a ficar em forma e desfrutar a vida... ou  alguma dessas merdas de promessas.
Quinta:  
Nádia estava me esperando com seus odiosos dentes de vampiro escroto. Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para colocar  os  sapatos. A desgraçada da Nádia me colocou para trabalhar com os pesos. Quando se distraiu, saí correndo e me escondi no banheiro. Mandou um outro treinador me buscar e como castigo me pôs a trabalhar  na máquina de remar... me fodi, lindamente.
Sexta:  
Odeio a desgraçada da Nádia. Estúpida, magra, anêmica, chata e  feminista sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que podia  se mover sem uma dor angustiante, eu partiria no meio a vaca que  pariu essa desgraçada  xexelenta.
Nádia quis que eu trabalhasse meus tríceps... EU NEM  SEI O QUE É ESSA PORRA DESSE TRÍCEPS CARALHO!!!
E se não bastasse me  colocar o peso para que o rompesse, me colocou aquelas merdas das  barras...
A bicicleta me fez desmaiar e acordei na cama de uma  nutricionista, uma idiota com cara de mau comida que me deu uma  catequese de alimentação saudável, claro.
Sábado:  
A lazarenta da Nádia me deixou uma mensagem no celular com sua  vozinha de lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui. Só com a vozinha me deu gana de quebrar o celular, porém não tinha certeza se teria força suficiente para levantá-lo, inclusive para  apertar os botões do controle remoto da tevê estava difícil....
Domingo:  
Pedi ao vizinho para ir à missa agradecer a Deus por mim por essa  semana que terminou. Também rezei para que o ano que vem, a  desgraçada e infeliz da minha mulher me presenteie com algo um pouco mais divertido, como um tratamento dentário de canal, um  cateterismo  ou ate mesmo um exame de próstata.
(Recebido por e-mail)
(Imagem: https://kohlerortofacial.wordpress.com/wp-content/uploads/2010/08/000insonia1.jpg)

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